O Cristianismo não é uma negação. Nunca ninguém será salvo por aquilo que deixou de fazer.
Esta é a lição que Jesus ensina em Mateus 12:43-45. As Suas últimas palavras do texto referem-se aos desnorteados dirigentes judaicos do Seu tempo. Segundo todas as opiniões, estes indivíduos, de uma perspetiva humana, eram pessoas boas. Pela sua religião estavam dispostos a desistir praticamente de qualquer prazer. Tinham listas enormes de coisas proibidas que respeitavam para tornarem a sua vida mais pura.
Em certo sentido, tinham varrido a sua casa e posto tudo em ordem. No entanto, uns versículos antes, lemos que estavam a planear a morte de Jesus (versículo 14). Ao afirmarem que Ele era inspirado pelo diabo (versículo 27), estavam a cometer o pecado imperdoável (versículos 31 e 32).
No entanto, eram pessoas boas. Iam à igreja todos os sábados. Davam os dízimos fanaticamente. E evitavam tudo o que não era bom para comer. O problema, salientou Jesus, é que eles tinham posto fora as coisas reles da vida, mas não tinham deixado que Deus a enchesse com coisas positivas. O resultado é que agora tinham um diabo religioso (ou sete deles) e estavam pior do que alguma vez tinham estado, porque não há pecado tão ilusório como o pecado da bondade e do orgulho nos feitos religiosos pessoais.
Este tipo de pessoas continua connosco hoje. Uma vez encontrei um membro de Igreja hipócrita que era pior do que o diabo. E até já encontrei um vegetariano estrito que conseguia ir mais longe do que o diabo.
O mais importante do Cristianismo não é tanto o livrar-se do mal (embora isso seja certamente importante, mesmo que seja apenas preparatório) como é o permitir que o Espírito de Deus entre na nossa vida com o Seu fruto. O objetivo de Deus para cada um de nós não é o vazio, mas a plenitude. Não é o negativo, mas o positivo. “O fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gál. 5:22).
O Cristianismo é positivo em vez de negativo. É a plenitude do Espírito em vez de uma mera inexistência de mal.