Lição 9 - O Senhor do Sábado

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A história de Jesus

O Senhor do Sábado

MARCOS 2, ARC

v. 23 E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas.

v. 24 E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito? Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez David, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam?

v. 25 Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez David, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam?

v. 26 Como entrou na Casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo-sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam?

v. 28 E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.

v. 27 Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor.

A história à lupa

Marcos 2:23-24 Fariseus, zelo excessivo.

Usualmente criticados nas Sagradas Escrituras, há características que não associamos facilmente aos fariseus. Mas, se pensarmos que o apóstolo Paulo, no seu zelo, como Judeu, era fariseu Filipenses 3:5-6, então compreendemos que era uma classe de pessoas muito especial. Pessoas de fortes convicções e com o desejo de agirem corretamente em todas as coisas. Uma das suas máximas de vida diz: "Deus reserva a recompensa das boas ações para o mundo futuro, para que os homens ajam neste mundo por convicção e não por interesse!" Tão dedicados nos princípios, que Jesus dizia sobre eles: “praticai tudo o que vos disserem” Mateus 23:3. Na sinagoga, não se contentavam com os últimos bancos, mas procuram as cadeiras da frente Mateus 23:6. Na busca por uma alma, eram capazes de percorrer “mar e terra” Mateus 23:15. Dizimavam tudo, inclusive as ervas aromáticas, devolvendo ao Senhor aquilo que era d'Ele Mateus 23:23. Com o pensamento "Mais do que toda a ação religiosa, Deus quer um coração puro", até onde era possível os homens verem, aparentavam ser irrepreensíveis, limpos e formosos Mateus 23:25, Mateus 23:27-28. Dedicavam a sua vida ao esforço de servir Deus, pois na sua mente era claro que "Grande perigo é substituir o Deus do coração por um coração de deus".

Este nível de comprometimento também os fariseus aplicavam à Lei de Deus. O propósito de guardar a Lei de Deus de forma irrepreensível tornou-se na prioridade de toda a prática farisaica. Foi assim que, num zelo excessivo e por meio de uma forte tradição oral, criaram novas regras, com o intuito de prevenir e, se possível fosse, impedir que a Lei fosse transgredida. Só em relação ao quarto mandamento da Lei de Deus, o Sábado, os Rabis Johanan e Simeon Ben Lakish contabilizaram o número de regulamentos impostos e chegaram a um total de 1521 (Sabbath, in The Jewish Encyclopedia, 1906, p. 596). Eram 1521 leis humanas, que, com o tempo, passaram a ser vistas e apresentadas como tendo uma autoridade semelhante à Torah escrita (Sagradas Escrituras). Com esta prática, sufocaram e invalidaram a verdadeira e santa Lei de Deus. Não é surpresa, portanto, que Jesus tenha acusado os fariseus e os escribas de invalidarem a Palavra de Deus “pela vossa tradição, que vós ordenastes” Marcos 7:13. Em vez de uma bênção, estas leis tornaram-se num peso, num fardo e numa maldição na vida daqueles que buscavam viver de acordo com a vontade de Deus. É esta uma das mais fortes razões pelas quais os fariseus, no seu legalismo, foram alvo de algumas das maiores e mais repetidas críticas existentes na Bíblia, sobretudo nas palavras do próprio Jesus Mateus 23.

A história à lupa

Marcos 2:23, Marcos 2:26 Porque fazem no Sábado o que não é lícito?

Colher espigas e debulhá-las quando se tinha fome é um exemplo de uma prática permitida por Deus Deuteronómio 23:24-25, mas que entrava em choque com as leis humanas. Jesus nunca ensinou ou viveu uma vida contrária a nenhum dos mandamentos da Lei de Deus, inclusive o Sábado João 8:46; Mateus 5:17-18; João 15:10. Em várias ocasiões, no entanto, ficou evidente o choque entre o modo como os dirigentes religiosos, com todas as suas tradições humanas, queriam que se vivesse a Lei e o modo como Cristo a vivia e ensinava, livre desse fardo de preceitos de homens Marcos 7:2-3; Marcos 7:7; 1 Samuel 21:1-6. Jesus procurou mostrar que Deus não criou o Sábado como uma regra fria ou como um m em si mesmo, mas para benefício do Homem. Infelizmente, não era assim que a liderança judaica o entendia. Viam o Sábado como uma realidade mais importante do que o Homem e reduziram o mandamento a um conjunto de regras maioritariamente negativas, tornando-o num fardo muito difícil de viver Mateus 23:4. Retiraram assim do mandamento de Deus o prazer daquilo que podia conceder: Amor e usufruto de Deus e do próximo.

A história à lupa

Marcos 2:27-28 O Filho do Homem até do Sábado é Senhor.

Expressões como: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado” Marcos 2:27 e “porque o Filho do homem é Senhor do sábado” Mateus 12:8 não significam que podemos quebrar e ignorar o mandamento de Deus. A Bíblia também foi feita por causa do Homem, e não o Homem por causa da Bíblia, e isso não anula a Bíblia! Do mesmo modo, a salvação foi feita por causa do Homem, e não o Homem por causa da salvação e isso não anula a salvação. Dizer que “o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” testifica da importância de o Sábado estar ao serviço das necessidades do Homem. Jesus veio salvar o Homem, não o Sábado. Deus não criou a excelência do Sábado e depois precisou de alguém para o guardar. Ele criou o Homem e deu-lhe a bênção do Sábado. Também podemos dizer que o “Senhor até do sábado é senhor”, mas isso também não anula o Sábado. Assim como dizer “SENHOR dos senhores” Deuteronómio 10:17, “SENHOR dos Exércitos” 1 Samuel 1:3, “SENHOR dos reis” Daniel 2:47, “SENHOR do céu” Daniel 5:23, “Senhor da glória” 1 Coríntios 2:8, “Senhor da paz” 2 Tessalonicenses 3:16, não anula nenhum desses predicados. O Senhor Jesus é o Senhor do Sábado, e, como Criador do próprio Sábado, Ele sabia o que era mais adequado para realizar neste dia. Jesus é o melhor exemplo a seguir em relação ao Sábado.

A história à lupa

Génesis: Literal ou Simbólico?

Diferentes métodos de interpretação bíblica têm influenciado a compreensão de Génesis, o primeiro livro da Bíblia. Da filosofia grega veio a influência de ler o texto como uma alegoria. Desta forma, o que era literalmente afirmado era lido na procura de uma mensagem oculta e artificial. A partir do Séc. XVIII, com o surgimento do racionalismo iluminista, começou a ler-se o texto como resultado do contexto sociocultural da sua época. Mais tarde, ao dividir a história em diferentes períodos ou dispensações, o dispensacionalismo propunha que os princípios apresentados em cada um deles diziam apenas respeito a esse período. Já no Séc. XX, o método pós-moderno faz do Leitor a referência normativa, pelo que, se o Leitor achar que é aplicável a si, cumpre; se não achar, não cumpre. Qualquer uma destas formas modifica e desvirtua por completo a mensagem bíblica. Que princípios de interpretação bíblica são então aceitáveis?

– Princípio da exclusividade das Escrituras Apocalipse 22:18-19. A Bíblia deve ser interpretada por ela própria. Tradições humanas Mateus 15:3; Mateus 15:6; Mateus 15:9, argumentos humanos Isaías 55:8-9 e experiências carismáticas Mateus 7:21-23 que contradigam a Bíblia não podem ser aceites Isaías 40:8.

– Princípio da totalidade das Escrituras João 16:13; Mateus 4:4; 2 Timóteo 3:16. Aceitar o que me convém e dispensar o que não me interessa das Escrituras não é uma opção.

– Princípio da literalidade do texto. A menos que que evidente o simbolismo da passagem, o texto deve ser lido literalmente. A Bíblia é um livro normativo e universal. Seremos abençoados por Deus, na medida em que cumprimos o que está escrito Mateus 7:24-27.

Dito isto, o livro de Génesis é literal? O livro de Génesis conta histórias de pessoas e de acontecimentos literais, tal como atestam igualmente outras passagens bíblicas e como afirmou também Jesus em diversas ocasiões Salmos 33:6, 9; Romanos 5:12-21; 1 Timóteo 2:13-14; Hebreus 11:4, Hebreus 11:7; Mateus 24:37-39.

Na história das espigas colhidas pelos discípulos, o tema do debate com os fariseus foi a prática adequada para a solenidade do dia de Sábado. Hoje, mais do refletir sobre como viver a santidade do dia do Senhor, a questão mais relevante será: Qual é o dia do Senhor? No estudo anterior, percebemos que Jesus não aboliu a Lei de Deus; antes, viveu-a e defendeu-a como regra de vida. Apesar disso, são muitos os Cristãos que acreditam que os mandamentos de Deus foram abolidos e que o dia do Senhor deixou de ser o sábado, o sétimo dia da semana. Atribuem esse valor ao primeiro dia da semana, o domingo.

Nas secções seguintes exploraremos a Bíblia juntos, através de uma série de perguntas. Leia os textos bíblicos propostos para encontrar as respostas.

Mais do que uma história

É importante sabermos qual é o dia do Senhor e como devemos vivê-lo?

Leia Marcos 3:1-6 e preencha os espaços.

“E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E estavam observando-o se curaria no , para o acusarem. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. E perguntou-lhes: É no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a mão, sã como a outra. E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o .”
A importância deste assunto é atestada pelo esforço que Jesus fez para limpar o dia de Sábado de todo o peso farisaico Lucas 4:16-30; João 5:1-18; João 9; Lucas 14:1-4, o que não foi bem aceite pela liderança judaica. O choque foi tão grande que até dois grupos que eram inimigos entre si – fariseus e herodianos – se uniram na conspiração para matar Jesus. Mas pensemos com atenção nas implicações deste facto. Se, como tantos professam, pela Sua morte, Jesus iria, pouco tempo depois, abolir a Lei de Deus, incluindo o Sábado, porque empreenderia Ele esta luta contra as tradições humanas que “envenenavam” a correta obediência à Lei de Deus e que vieram a custar-Lhe a própria vida Marcos 3:1–6? Seria um investimento infrutífero e totalmente incompreensível. Nas secções seguintes exploraremos a Bíblia juntos, através de uma série de perguntas. Leia os textos bíblicos propostos para encontrar as respostas.

Mais do que uma história

Se, de forma sincera, guardarmos o dia errado como dia do Senhor, será que Deus aceita tal adoração?

Leia Marcos 7:7 e preencha os espaços.

“Em , porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de .”
Devemos ser cuidadosos ao dizer que o Senhor aceita ou não aceita esta ou aquela adoração. É verdade que a Bíblia afirma que Deus não tem em conta o tempo de ignorância Atos 17:30, mas isso não pode ser usado como desculpa para uma conduta oposta à Sua revelação. Quando temos a possibilidade de saber qual é a vontade de Deus e decidimos, ativa ou passivamente, não querer saber, tornamo-nos responsáveis pelas nossas escolhas! Satanás não trabalha em vão, e se ele se preocupa em enganar-nos e iludir-nos a respeito do que a Bíblia revela com clareza, é porque sabe que, desse modo, conseguirá os seus intuitos, ou seja, a nossa perdição. Deus deixou-nos revelação suficiente na Bíblia Sagrada para sabermos, sem qualquer dúvida, a resposta a esta pergunta. Busquemos ativamente estar firmados na verdade, pois, ao longo da História, o povo de Deus foi muitas vezes “destruído porque lhe faltou o conhecimento” e eles “rejeitaram o conhecimento” Oseias 4:6.

Mais do que uma história

Quando Adão e Eva foram criados, o que viram o Senhor fazer no primeiro dia de 24 horas? Podemos ter a certeza de que foram dias literais?

Leia Génesis 2:1-3 e preencha os espaços.

“Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados. E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E Deus o dia sétimo e o ; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera.”
Na sequência dos seis dias da criação ativa, o sétimo dia deixou de ser “mais um” para ser o único. Foi tornado exclusivo no momento em que foi “abençoado” e “santificado” e em que, nele, Deus “descansou” da Sua obra criadora. Deus não Se cansa, do ponto de vista humano; Ele é Todo-Poderoso (Isaías 40:28); pelo que afirmação “Deus descansou” aplica-se ao facto de que cessou a Sua obra criadora, e dedicou o sétimo dia, o Sábado, a contemplar e a desfrutar da Criação. Não é possível pensar que Adão e Eva, criados perfeitos à imagem do Criador, não acompanharam Deus nesta santificação do sétimo dia. O exemplo de Deus é tão normativo quanto o Seu mandamento. Não lemos, no relato de Génesis, uma ordem, na forma de um mandamento, porque, na perfeita harmonia entre Criador e criaturas, era totalmente desnecessário, tal como seria desnecessário, por exemplo, dizer a Adão que não podia matar Eva, a sua mulher. A perfeita vontade de Deus estava escrita no seu coração, e, criados à Sua “imagem”, era-lhes agradável e natural seguir em tudo o exemplo do Criador. Para o primeiro casal era, por isso, suficiente saber que Deus tinha abençoado e separado o sétimo dia, para que tenham desfrutado, desde o primeiro Sábado, de um descanso profundo e restaurador. Sempre que Deus abençoa e santifica seja o que for, Ele fá-lo em benefício das Suas criaturas. Os sete dias da Criação são dias literais de 24 horas e não eras ou longos períodos de tempo. O texto hebraico de Génesis usa o vocábulo DIA (Yom), e não ERAS (Aeon), na descrição dos seis dias de Criação bem como no sétimo dia, consagrado ao descanso. A expressão “tarde e manhã”, usada no relato bíblico, reforça o sentido literal de ordem numérica dos dias da Criação Génesis 1:5, Génesis 1:8, Génesis 1:13, Génesis 1:19, Génesis 1:23, Génesis 1:31. A literalidade dos sete dias da Criação é reforçada nas palavras do Senhor no quarto mandamento e não permite, sob qualquer forma, a ideia de eras ou períodos de tempo na Criação. O mandamento afirma: “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra (...) Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra” Êxodo 20:9-11, pelo que, se Deus ordena ao Seu povo que trabalhe seis dias e descanse no sétimo, porque Ele fez o mesmo na Criação, ca excluída a possibilidade de os sete dias da Criação não serem dias literais de 24 horas. Argumentar que devemos trabalhar seis dias e descansar no sétimo, tendo Deus, hipoteticamente, trabalhado em seis eras de milhares de anos e descansado na sétima era de milhares de anos, seria totalmente incoerente e contraditório com o texto bíblico.

Mais do que uma história

Mas não foi o Sábado, assim como toda a Lei, dado somente ao povo judeu?

Leia Deuteronómio 5:3; Isaías 56:6 e preencha os espaços.

“Não foi com nossos que fez o SENHOR este concerto, senão , todos os que hoje aqui estamos vivos.”
Sabemos com quem Deus fez uma Aliança, mas quem queria o Senhor alcançar com o Seu Concerto? Deus chamou Abraão, mas queria abençoar toda a Terra Génesis 12:3. Da mesma maneira, e apesar de o povo judeu ter recebido a revelação da Palavra de Deus Romanos 3:2, ela devia ser partilhada e proclamada aos que não eram Judeus Atos 10:34-35. O Plano da Salvação foi apresentado e manifestado a Israel, mas é para toda a Humanidade João 3:16. Assim, quando recebemos a Palavra de Deus como herança do povo judeu, recebemos com ela todas as verdades que abrange, inclusive a Lei de Deus. Pelo profeta Isaías o Senhor chamou de forma clara os “estrangeiros” à experiência da Sua Aliança e do Sábado, em particular. A associação de verdades cristãs a verdades “judaicas” ou reveladas a Israel pelos profetas é, muitas vezes, vista de um modo crítico entre os Cristãos, mas lembremo-nos de que somos chamados a ser o “Israel Espiritual”, e não os “pagãos espirituais” Romanos 2:28-29; Romanos 9:6; e Gálatas 3:7. As verdades bíblicas não deixam de ser verdades porque o povo judeu as recebeu do Senhor e as viveu. Os perfeitos desígnios de Deus para o Seu povo não deixaram de ser perfeitos para a Sua Igreja. Somos chamados a manter essas verdades e, mais do que isso, a aprender a não tropeçar onde Israel falhou. O Sábado foi claramente feito para o Homem e não para os Judeus, como disso Jesus deu testemunho Marcos 2:27 e como o relato da Criação nos esclarece Génesis 2:1-3. O Sábado, assim como todos os Dez Mandamentos e seus valores, mesmo se formulados e apresentados de outro modo, formam a base da responsabilidade humana e podem ser identificados no livro de Génesis no período patriarcal entre Adão e Moisés. O quadro seguinte pode ser consultado para fundamentar esta verdade.

Mais do que uma história

Que contexto foi dado pelo próprio dedo de Deus ao quarto mandamento, que revela a universalidade do Sábado?

Leia Êxodo 20:8-11 e preencha os espaços.

“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou.”
Nos Dez Mandamentos, a lei moral e eterna estabelecida por Deus, o Sábado foi instituído com base na sua ligação à obra da Criação. O Senhor fundamentou assim a ordem de descansar e de santificar o Sábado na sua dimensão universal. Se o próprio Deus determinou o Sábado como um mandamento que deve ser guardado, porque é um memorial da obra divina da Criação, então ele inclui todos os homens em todos os tempos, porque todos os homens foram criados por Ele.

Mais do que uma história

Para além de memorial da Criação, que propósito especial teve Deus ao conceder o Sábado ao Seu povo?

Leia Ezequiel 20:12 e Ezequiel 20:20 e preencha os espaços.

“E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica. (...)” “E santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre e vós, para que saibais que eu sou o SENHOR, vosso Deus.”
Israel, como nação eleita, recebeu da parte de Deus vários sinais e atributos especiais, mas nenhuma dessas instituições os identificava tão distintamente de outras nações pagãs como o Sábado. A sua observância proclamava-os como adoradores do Deus Vivo e era um sinal da sua separação da idolatria e da ligação exclusiva com o Criador. Infelizmente, parte dos propósitos e das bênçãos idealizados por Deus para o Sábado foi perdida com as exigências das leis puramente humanas. Pervertido desse modo, a observância do Sábado refletia o caráter de homens egoístas e arbitrários em lugar de refletir o caráter altruísta de um Deus de amor. Jesus assumiu a obra de esclarecer essas falsas conceções sobre Deus e o Seu Sábado, como revela a história das espigas que estudámos. Embora os líderes judeus O tratas- sem com hostilidade, Jesus não Se conformou com as suas práticas e os seus enganos, e deu o exemplo sobre como guardar o Sábado de acordo com a vontade de Deus, contribuindo, assim, para restaurar a beleza original do dia do Senhor.

Mais do que uma história

Temos evidência bíblica de que o Sábado continuou a ser guardado depois da morte de Jesus?

Leia Lucas 23:52-24:1 e preencha os espaços.

“Este, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto. E era o dia da , e amanhecia o sábado. E as mulheres que tinham vindo com ele da Galileia seguiram também e viram o sepulcro e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos e, no sábado, , conforme o mandamento. E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.”
Jesus morreu numa sexta-feira, designado como o dia da preparação Lucas 23:54, e ainda na sexta-feira as mulheres saíram para preparar “especiarias e unguentos”. Se fosse suposto a morte de Jesus abolir os mandamentos, e, particularmente, o Sábado, Ele teria certamente pregado e ensinado esse importante facto aos Seus seguidores durante o Seu ministério. Agora, diante da Sua morte, os discípulos não poderiam ter dúvida sobre o que fazer. Se Jesus tivesse indicado que o Sábado estaria abolido, a única coisa importante era a preparação do Seu corpo, mas está escrito que “no sábado repousaram”. E não foi por ignorância, pois o evangelista Lucas escreveu que descansaram no Sábado, “conforme o mandamento” da Lei de Deus. Sabendo que “Toda a escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar...” 2 Timóteo 3:16, ficamos seguros de que os mandamentos de Deus não foram cravados na cruz. Se os seguidores de Cristo tivessem sido ensinados a não mais guardar o Sábado, ou a Lei de Deus, haveria muitas “disputas” na Bíblia sobre o assunto. Sobre isso, todavia, há silêncio total. Lemos de disputas sobre os seguidores de Cristo não praticarem a circuncisão ou as festas cerimoniais; sobre o uso de carnes sacrificadas aos ídolos; e tantos outras temas; mas não há discussões sobre os seguidores de Cristo terem deixado de obedecer a qualquer dos Dez Mandamentos da lei moral de Deus. Com frequência, os apóstolos iam às sinagogas judaicas no Sábado, mas, se Jesus tivesse abolido essa prática, porque haveriam eles de dar um mau testemunho indo à sinagoga todos os sábados? Atos 18:4 E até quando não havia sinagogas, o costume de cumprir a palavra de Deus impunha-se: “E no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer oração; e, assentando-nos, falámos às mulheres que ali se ajuntaram” Atos 16:13.

Mais do que uma história

Fez Jesus alguma afirmação profética que traga luz sobre o tema do Sábado?

Leia Mateus 24:20 e escolha a opção verdadeira de acordo com o texto bíblico.

Se o mandamento do Sábado tivesse sido abolido na morte de Jesus, porque haveria esta exortação profética, que preparou os Cristãos para um acontecimento que teve lugar no ano 70 d.C., quase 40 anos depois da morte de Jesus, de referir o Sábado? Vejamos algumas hipóteses: Tem sido sugerido por alguns que esta profecia não tem a ver com a santidade do Sábado, mas que a fuga no Sábado seria difícil devido à “interferência judaica”. Contudo, se os Judeus estivessem ocupados na guerra, o Sábado seria um tempo propício para deixar a cidade. Outros sugerem que as portas de Jerusalém eram fechadas nos sábados e que, por isso, os Cristãos não poderiam fugir. É verdade que as portas foram fechadas em épocas remotas Neemias 13:15-21, mas isso nunca foi impedimento a que viessem e entrassem na cidade com outra intenção (por exemplo adoração) e não comercial. Por outro lado, não existe evidência bíblica de que, na época de Jesus, as portas de Jerusalém eram fechadas aos sábados. Em todo o caso, é evidente que, na presença do exército inimigo, as portas seriam fechadas todos os dias da semana, como, de facto, ocorreu. Nenhuma destas afirmações explica a exortação que Jesus fez ao povo acerca do Sábado. O que o texto sugere é que os discípulos deviam orar para que, caso estivessem em Jerusalém, a sua fuga não acontecesse no Sábado, a m de evitar que uma tragédia como a que veio a acontecer, tal como Jesus profetizou, não os impedisse de viver a alegria e a adoração do Sábado, como eles ainda fariam décadas depois da ascensão de Cristo.

Mais do que uma história

Não podem os Cristãos afirmar que o domingo se tornou no dia do Senhor, em memória da ressurreição de Jesus, substituindo, assim, o sétimo dia como Sábado?

Leia Romanos 6:3-5 e preencha os espaços.

“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo na morte; para que, como Cristo dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição.”
De acordo com o texto bíblico e o ensino de Paulo, o memorial da ressurreição de Jesus não é o domingo, mas sim o batismo. Na Bíblia, o dia de domingo é designado como o primeiro dia da semana, sendo a sua designação como “domingo” de origem humana. Não há qualquer apoio bíblico para a santificação do domingo. As passagens de Marcos 16:2, Marcos 16:9; Mateus 28:1; João 20:1; Lucas 24:1, relatam apenas a ressurreição e a ida ao sepulcro. João 20:19 relata os discípulos reunidos e ainda incrédulos Lucas 24:37-41 na ressurreição. Atos 20:7 fala de uma reunião para partir o pão, prática essa que era diária Atos 2:46. Noutra passagem ainda, o apóstolo Paulo, que iria partir no dia seguinte, estendeu uma reunião até à meia-noite. Reunidos já depois do pôr do sol, isso marcava o fim de um dia e o começo de outro Génesis 1:5, Génesis 1:8; Levítico 23:23, e, por isso, algumas Bíblias, em vez de primeiro dia da semana, dizem sábado à noite ou sábado ao pôr do Sol. E, finalmente, 1 Coríntios 16:1-2, onde há uma exortação para uma coleta. A coleta não era na Igreja, não fazia parte do culto e nem se destinava à igreja local. Era uma separação de recursos que cada um devia fazer, individualmente, no primeiro dia da semana. Concluímos, portanto, que não há nenhum fundamento bíblico que apoie a mudança do Sábado, o santo dia do Senhor desde a Criação, para qualquer outro dia da semana. Em contrapartida, já desde o Antigo Testamento, e na voz profética de Daniel, havia um alerta de que seria empreendido um esforço intencional no sentido de mudar os tempos e a Lei, como veio a ocorrer Daniel 7:25.

A história na minha vida

Ainda que a salvação seja inteiramente pela graça, a gratidão pelo tão profundo amor de Deus leva-nos à obediência aos Seus mandamentos 1 João 5:2-3; Êxodo 20:3-17. O Senhor assim o pediu a todos os Seus filhos, em todos os tempos. Tal como acontece com a doutrina ou com a obediência à Lei, o Sábado em si mesmo, sem Cristo, é destituído de valor. Foi instituído por Deus como um meio e não como um m. Podemos estar seguros da verdade bíblica do Sábado como sendo o dia do Senhor, o sétimo dia da semana Mateus 12:8; Êxodo 16:26; Êxodo 20:8-11; Êxodo 35:2; Ezequiel 46:1; Lucas 13:14, mas, se a obediência não nos conduzir ao Senhor do Sábado e à harmonia com Deus e com a Sua Palavra, em vez de uma bênção, o Sábado tornar-se-á numa maldição. É através de uma relação de amor e de submissão com o nosso Deus e Criador que podemos descobrir o verdadeiro significado do Sábado. Quando a Lei de Deus (o amor) está escrita no coração, teremos prazer em observar todas as leis de Deus nas suas particularidades. Podemos, no entanto, observar todas as leis nas suas particularidades e não viver a Lei de Deus, o amor. Pior, podemos até observar o dia correto que o Senhor estabeleceu e, ainda assim, estar debaixo da influência do inimigo Marcos 3:1-6.

É pela vivência da bênção do Sábado numa relação com o Senhor do Sábado que podemos saber tudo quanto Ele pode conceder-nos e quão deleitoso pode ser este dia na nossa vida Isaías 58:13-14. O Sábado permite-nos experimentarmos algumas bênçãos extraordinárias:

– Restauração do ser Génesis 2:1-3: num mundo que não para, e que vive obcecado pelo desempenho, Deus convida-nos a um encontro exclusivo com Ele. Mais do que um dia para fazer, em Deus, podemos ser.

– Convite à confiança em Deus Isaías 58:13: não temos que controlar tudo. Neste dia, é Deus que tem toda a preeminência.

– Convite à santidade 1 Pedro 1:15: só na presença constante do Senhor, inclusive durante a semana, poderemos viver a santidade do Sábado.

– Bênção do encontro com Deus Génesis 3:8: Deus preocupa-Se e deseja relacionar-Se connosco. Mesmo no mundo perfeito do Éden, o encontro com Deus era o ponto alto da semana.

– Restauração da imagem divina em nós Génesis 1:26-27: é em Deus que encontramos a razão e o sentido da nossa vida. Fomos criados à imagem e semelhança de um Deus Criador que nos convida a pertencermos à Sua Família.

– Cuidado pela Criação Êxodo 20:11: como memorial da Criação, o Sábado inspira-nos ao cuidado ativo e a uma relação equilibrada com o mundo natural.

– Equilíbrio emocional Marcos 2:27: o Sábado cria um contexto ideal e difícil de ter num mundo tão apressado como este em que vivemos, para a reflexão, o descanso profundo, o diálogo com o próximo, o tempo em família, fatores cruciais para a saúde das nossas emoções.

– Equilíbrio financeiro Êxodo 20:8-11: num contexto onde quase não há limite ao egoísmo Eclesiastes 5:10, Deus convida-nos a pararmos, estabelecermos prioridades e optarmos pelo mais importante.

– Saúde física, mental, social e espiritual Êxodo 20:8-11; Isaías 58:13-14: o Sábado promove o bem-estar pleno e holístico no Ser Humano.

– Oportunidade de serviço altruísta Lucas 4:16-30; João 5:1-18; João 9; e Lucas 14:1-4: é de Cristo que temos o melhor exemplo de viver as horas sagradas do Sábado numa lógica de serviço e disponibilidade ao outro. Não apenas receber a bênção, mas ser uma bênção.

– Sinal entre Deus e o Seu povo Ezequiel 20:12, Ezequiel 20:20: uma marca de identidade e pertença.

Nos últimos dias da história deste mundo, Deus enfatiza a importância e a necessidade de observarmos o Sábado. Com grande voz é proclamada a mensagem que convida a adorar “aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” Apocalipse 14:7. Estas palavras são uma referência muito direta ao quarto mandamento, por tantos esquecido, da Lei de Deus: o Sábado. Um monumento de adoração ao Criador. Mais do que em qualquer outro dia, é na santidade do Sábado que podemos ter um vislumbre da perfeição do Éden que perdemos e da glória do paraíso futuro.

A história na minha vida

Estará o Sábado presente na eternidade que Deus prepara para o Seu povo?

Leia Isaías 66:22-23 e preencha os espaços.

“Porque, como os céus novos e a terra que hei de fazer estarão diante da minha face, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra e desde um até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR.”
O Sábado vem da eternidade do Éden, fatidicamente interrompida, e projeta-se para a eternidade da Nova Terra, que não mais terá m. Ali, Sábado após Sábado, o Senhor estará no meio do Seu povo, mas, enquanto esse dia não chega, hoje esta é ainda uma dádiva de Deus, uma bênção semanal que pode ser nossa. Aceita o Seu convite?

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Qual é o dia do Senhor? Sábado ou domingo? É o Sábado judeu e o domingo cristão? Será o dia de descanso um fardo ou um privilégio?

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