Lição 7 - O que estava perdido foi achado

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A história de Jesus

O que estava perdido foi achado

LUCAS 15, ARC

v.11 E disse: Um certo homem tinha dois filhos.

v.12  E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.

v.13  E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente.

v.14  E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.

v.15  E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.

v.16  E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.

v.17  E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!

v.18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti.

v.19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores.

v.20 E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.

v.21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho.

v.22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés,

v.23 e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos,

v.24 porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se.

A história à lupa

Lucas 15:11-12 “Dá-me tudo o que me pertence.”

Numa visão quase profética, Jesus conta a história, não tão rara nos tempos que correm, de um jovem que deixou de reconhecer as suas obrigações para com o pai. Podemos depreender nas palavras de Jesus a imagem de um filho farto das “restrições” da casa paterna e em busca de uma outra liberdade. Uma liberdade sem regras. Destruiu a imagem do próprio pai no seu coração e exige-lhe a herança, para poder usufruir de prazeres superficiais e efémeros. Estava iludido com a ideia de que “o passado já passou, o futuro nunca chegará, vive o agora!”, tão em voga em pleno Séc. XXI.

A história à lupa

Lucas 15:13-16 “Ao lado dos porcos, com fome.”

Não importa a quantidade de riqueza acumulada, quem vive em função do uso imoral do dinheiro um dia acordará na miséria. O jovem da história, talvez sob o incitamento de amigos interesseiros, viveu enquanto pôde de acordo com os ditames do seu coração e afundou- -se mais e mais no pecado Romanos 1:22. Os seus olhos começaram a abrir-se quando percebe que gastou tudo quanto herdou do seu gentil e agora longínquo pai. A tragédia leva-o ao ponto de cuidar de porcos, animais que o Deus em Quem cria tinha declarado imundos Deuteronómio 14:8; Levítico 11:7. A sua condição era de irreparável opróbrio. A busca inútil por algo mais tinha-o conduzido não apenas para longe do seu pai, mas, mais ainda, à escravidão de uma terra desolada e atingida pela fome, onde até os porcos tinham mais do que ele.

A história à lupa

Lucas 15:20-24 “Caindo em si...”

A sua experiência, criada por Jesus, representa mais do que uma simples história. É uma metáfora do amor de um Deus que nunca desiste de um pecador. Buscando-o amorosamente, o Espírito Santo procura convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo João 16:8. Quando o lho pródigo, na sua miséria, voltou a si, a ilusão do pecado foi vencida. Nunca tinha merecido as dádivas recebidas ao longo da sua vida, mas agora está consciente da sua total indignidade. Não se desculpou. Não colocou a culpa no mundo inteiro. Viu que o sofrimento que enfrentava era consequência da sua própria loucura Lucas 15:17-18. Restava-lhe agora uma coisa apenas: A confiança na bondade do seu pai, nem que não fosse para ser tratado como um trabalhador Lucas 15:19. Engoliu o orgulho, levantou-se e partiu de volta Lucas 15:17-20.

“Alegremo-nos porque meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.” A história parece indicar que aquele pai extremoso nunca deixou de o buscar, e desejar o seu regresso. Ao longe, distingue já o seu filho; movendo-se de “íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço” num abraço terno e amoroso Lucas 15:20. Não importa a miséria, ele voltou! As palavras de reconhecimento da sua indignidade são interrompidas pela plena restauração à sua condição de filho. Em vez dos trapos, recebe as melhores roupas que o restauram e escondem a sua nudez. Em vez de pés descalços de escravo, sandálias de homem livre e um anel colocado no seu dedo, símbolo de autoridade Lucas 15:22-24. Aquele pai, outrora visto por ele como inflexível e austero, é visto agora como cheio de compaixão. Assim somos nós, tantas vezes, diante do nosso Deus e Pai Eterno. Iludidos pelos prazeres do pecado, vemos Deus como limitador da felicidade humana, tirano e inflexível, para depois, sufocados pelas cadeias do mal e da miséria, reconhecermos humildemente que “como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem” Salmos 103:13.

Mais do que uma história

Esta parábola, conhecida como do Filho Pródigo, é uma magnífica ilustração da nossa condição pecaminosa e do grande esforço de Deus para nos salvar. Esta verdade é expressa pelo Senhor desde o Antigo Testamento, através do uso de ilustrações e figuras de uma realidade maior que precisa de ser compreendida e assimilada. A Bíblia apresenta Jesus como o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” João 1:29 e o Senhor recorreu à realidade visível de um santuário onde os inocentes cordeiros mortos apontavam para o inocente Filho de Deus e para o Seu sacrifício na cruz. O santuário é, por isso, não apenas um tema com uma presença relevante na Bíblia, mas um instrumento estabelecido por Deus para uma mais plena compreensão do Seu incrível Plano de Salvação da raça humana. A liturgia e os rituais de Israel tinham o santuário como centro, e tudo nessa bela e riquíssima construção apontava para Cristo, o Messias e Salvador. O que é então o santuário? O que podemos aprender com ele que traga luz sobre a história do filho pródigo contada por Jesus? Nas secções seguintes exploraremos a Bíblia juntos, através de uma série de perguntas. Leia os textos bíblicos propostos para encontrar as respostas.

Mais do que uma história

Que ordem de amor deu Deus a Moisés, para salvar os “filhos pródigos” deste mundo?

Leia Êxodo 25:8 e escolha a afirmação verdadeira de acordo com o texto bíblico.

O santuário, como lugar de habitação de Deus, conheceu diferentes formas e fases. Desde a tenda da congregação ao tabernáculo móvel que acompanhou o povo em peregrinação pelo deserto, até à conquista da terra prometida, passando pelo Templo de Salomão, e pelas suas reconstruções por Zorobabel ou Herodes, o santuário sempre cumpriu o mesmo propósito: representar de forma visível e simbólica o plano de Deus para Se encontrar com, para restaurar e salvar os Seus filhos. Antes ainda de todos estes, foi no Génesis que se instituiu o sistema sacrificial. Ainda no Éden, por meio da morte injusta do animal inocente, Adão e Eva viram a sua nudez ser coberta, e, pelo sangue derramado, perceberam a possibilidade de viver na fé do Messias prometido Génesis 3:15; Génesis 3:21. A instituição do santuário e do sistema sacrificial que implicava morte não revela um Deus que ama o sofrimento, o derramamento de sangue ou a morte de animais inocentes. Se houvesse uma alternativa, ela teria sido estabelecida por Deus. Se houvesse uma alternativa à morte de Jesus, esse teria sido o plano. Ele mesmo orou em agonia, dizendo: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua” Lucas 22:42. O desejo da restauração do plano original no qual Deus e o Homem se encontravam não tinha, no entanto, caminho alternativo ao santuário. Foi estabelecido como centro de adoração, de mediação e de sacrifício. Ali, todos eram “filhos pródigos” e podiam aceder à graça do perdão dos seus pecados, independentemente da sua classe, do seu estatuto ou da sua condição. De igual modo, a salvação em Jesus é oferecida a todos Tito 2:11.

Mais do que uma história

Que importância pode haver no santuário que mereça a nossa atenção, se Jesus já morreu na cruz?

Leia Salmos 27:4 e preencha os espaços.

“Uma coisa pedi ao SENHOR e a : que possa morar na do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR e aprender no seu .”
Esta oração expressa a importância que pode ter o santuário no relacionamento com Deus. O santuário terrestre era uma cópia feita por mãos humanas do verdadeiro santuário celestial Hebreus 8:5. Nele, ministravam homens inferiores aos anjos Hebreus 2:7. Ofereciam sacrifícios todos os dias Hebreus 7:27; Hebreus 10:11, conseguindo uma redenção diária, por si e pelo povo. Tinham uma vocação terrestre Hebreus 9:1-10, e, como sacerdotes, ministravam numa aliança que não era perfeita Hebreus 10:4; Hebreus 10:9, pois continha sangue de animais Hebreus 9:12, sangue esse que não remo- via verdadeiramente o pecado, ainda que apontasse para o precioso sangue de Jesus Hebreus 10:4; Hebreus 10:11. Eles próprios eram pecadores e sujeitos a fraquezas Hebreus 5:2-3; Hebreus 7:27, morriam e o seu ministério era interrompido Hebreus 7:23. Pertenciam a um sacerdócio que era transitório e teve fim Hebreus 7:18; Hebreus 10:1-4, mas que era o meio estabelecido por Deus que o Seu povo tinha até ao maior de todos os sacrifícios – a morte de Jesus Cristo. O santuário, como tema bíblico e fonte de ensino espiritual, mantém a sua plena relevância. Está intimamente ligado ao ministério de Cristo e continua a revelar ao povo de Deus, e ao mundo, o admirável Plano da Salvação. Com Cristo, superior aos anjos Hebreus 1:4, temos um mais excelente sacerdócio Hebreus 8:6 e um Sumo-Sacerdote permanente, segundo a ordem de Melquisedeque Hebreus 5:6; Hebreus 7:17; Hebreus 6:20. Ministro no santuário celestial Hebreus 8:2; Hebreus 8:5; Hebreus 9:11; Hebreus 9:23-24, criado pelo próprio Deus. O Seu sacrifício é eficaz e completo. Feito uma vez por todas Hebreus 7:27; Hebreus 9:12; Hebreus 9:25-26; Hebreus 10:12; Hebreus 10:14, conseguiu eterna redenção. Santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, mais alto do que os céus Hebreus 7:26, com uma vocação celestial Hebreus 3:1 e numa aliança superior Hebreus 8:6, Ele ministra com o Seu próprio sangue Hebreus 9:12; Hebreus 9:25; Hebreus 10:19, que purifica e remove pecados Hebreus 10:14-18. Em tudo foi tentado, mas sem pecado Hebreus 4:15. Morreu, mas ressuscitou, tendo, por isso, um sacerdócio imutável Hebreus 7:24, vivendo para interceder para sempre Hebreus 7:25. Por meio do ministério de Jesus no santuário, podemos ir com ousadia à presença de Deus Hebreus 10:19.

Mais do que uma história

Quando eram feitos os sacrifícios diários no santuário, que aconteciam ao longo de todo o ano, e o que representavam?

Leia Números 28:4; Números 28:6 e preencha os espaços.

“Um cordeiro sacrificarás pela e o outro cordeiro sacrificarás de . Este é o holocausto , instituído no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR.”
O livro de Hebreus menciona que os diversos sacrifícios oferecidos no tempo de Israel se dividiam em sacrifícios "diários" Hebreus 7:27; Hebreus 10:11 e sacrifícios "anuais" Hebreus 9:7; Hebreus 10:3. Os Sacrifícios da Manhã e da Tarde (ou sacrifícios diários ou sacrifícios contínuos) eram oferecidos todos os dias do ano, sem exceção Êxodo 29:38-39. Prefiguravam o sacrifício de Cristo, o qual é sempre eficaz e acessível. Não era um sacrifício que alguém oferecia a Deus, mas um sacrifício que Deus oferecia em favor de "qualquer pessoa do povo" Levítico 4:27-28. Isso ocorria independentemente do que os Israelitas fizessem individualmente com essa provisão, quer procurassem os seus benefícios, quer não. Os sacrifícios da manhã e da tarde prefiguravam o sacrifício universal de Cristo em favor de todos os homens, porque provou a morte "por todos" Hebreus 2:9 e tornou-Se "a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" 1 João 2:2. As ofertas sacrificais da manhã e da tarde introduziam no coração e na mente do povo a provisão divina para a sua salvação – o meio de libertação do pecado. Revelavam o caminho para a liberdade da servidão do mal e ajudam-nos a compreender a necessidade de confissão e de arrependimento permanente.

Mais do que uma história

Para além do sacrifício diário, que outro sacrifício de grande significado acontecia uma vez por ano?

Leia Levítico 23:27-28 e preencha os espaços.

“Mas, aos dez deste mês sétimo, será o da ; tereis santa convocação, e a vossa alma, e oferecereis oferta queimada ao SENHOR. E, naquele mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o da para fazer expiação por vós perante o SENHOR, vosso Deus.”
O sacrifício do Dia da Expiação, ou sacrifício anual, era o dia culminante do ano cerimonial, e completava todos os sacrifícios oferecidos diariamente ao longo do ano. Nesse dia, decorria o habitual sacrifício da manhã e da tarde Êxodo 29:38-39; Números 28:4, mas, entre os dois sacrifícios, decorria o serviço anual no Dia da Expiação. Ainda antes deste serviço, o sumo-sacerdote precisava de estar purificado para o cumprimento da sua sagrada responsabilidade, e, para isso, oferecia sacrifícios em favor de si mesmo e da sua família Levítico 16:3; Levítico 16:6. Eram então trazidos dois bodes e sobre eles lançadas sortes. Um seria designado como sendo “para o Senhor” e o outro como “bode emissário” ou Azazel Levítico 16:7-8. O lançar sortes implicava a diferenciação entre os bodes, e revelava a natureza distinta do que simbolizavam neste processo e por isso não eram ambos figuras de Cristo. O primeiro representava Cristo, e por isso era enviado para ser morto e identificado como sendo o bode para o Senhor. O outro, o bode emissário, desempenhava um papel no processo de expiação (Levítico 16:10), mas o seu sangue não era derramado, e logo não fazia expiação dos pecados, pois, no contexto da linguagem bíblica, sem derramamento de sangue não há expiação Efésios 1:7; Colossenses 1:14; Hebreus 9:14; Apocalipse 1:5; Apocalipse 5:9; Apocalipse 22:14. Este animal é, assim, figura do verdadeiro culpado do pecado, da rebelião contra Deus e do conflito universal que a todos afeta: Satanás, o diabo, o inimigo de Deus e do Seu povo. Ele surge aqui representado na simbologia do santuário, porque a obra deste dia especial, além de ser uma figura ou ilustração do derradeiro momento da grandiosa obra de Deus em favor do Homem, era também a revelação de que o verdadeiro culpado do conflito e do pecado não é Deus, mas Satanás. Foi o amor e não a culpa que levou o inocente Jesus a morrer na cruz pelos pecados do mundo inteiro.

Mais do que uma história

Com que espírito vivia Israel o Dia da Expiação, e que relação podemos ver com a experiência do lho pródigo?

Leia Levítico 23:27 e Levítico 23:29 e preencha os espaços.

“Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação, e a vossa alma, e oferecereis oferta queimada ao SENHOR.”
"Porque toda alma que, naquele mesmo dia, se não será extirpada do seu povo.”
No antigo Israel, este era um dia solene, de juízo e de introspeção. Nesta cerimónia era determinado quem devia viver e quem devia morrer. Ninguém precisava de morrer, pois o meio de salvação estava disponível, mas, se fosse ignorado e desprezado, cavam sujeitos à sua escolha. Tal como o filho pródigo precisou de reconhecer a sua condição e de armar o seu pecado e experimentar a tristeza dessa consciência, também no Dia da Expiação o povo era chamado a essa contrição e humildade de espírito. O bode entregue como sacrifício pelo pecado no Dia da Expiação era uma oferta fora do comum e não havia nada semelhante a isso em toda a sequência de sacrifícios. Porquê esta diferença? Em primeiro lugar, provia expiação para o povo: "Para fazer expiação uma vez por ano pelos filhos de Israel, por causa dos seus pecados" Levítico 16:34. Em segundo lugar, era usado pelo Senhor na purificação do próprio santuário. Esta purificação era necessária, porque, ao longo do ano, simbolicamente, eram para ali transferidos todos os pecados confessados Levítico 16:16. Um detalhe muito importante no sacrifício do “bode para o Senhor” é que o sacerdote não confessava pecados sobre a cabeça do animal. Deste modo, o sangue deste animal não tinha pecados, ou seja, não contaminava o santuário mas purificava-o. Esta cerimónia solene prefigurava a morte de Jesus como satisfação à exigência da Lei, havendo sido o Seu sangue derramado em substituição de todos os pecadores arrependidos. O sangue deste animal era levado para dentro do santuário e o sangue era aspergido sobre o propiciatório, que é símbolo de Cristo e da Sua misericórdia, e fazia expiação por todas as transgressões de Israel e pelo santuário. O animal ia ao santuário para resolver o problema do pecado, não para ficar com o pecado Levítico 16:9; Levítico 16:15. Uma vez que cada sacrifício realizado no santuário apontava para a morte de Jesus e para o Seu sangue derramado, se tudo acabasse aqui, ainda que limpos dos pecados confessados, pareceria que a culpa do mal era afinal de Jesus. Afinal, até aqui, Ele era o único a sofrer pelos pecados do mundo inteiro. Mas não é assim, e é aqui que entra a figura do “bode emissário” ou Azazel.

Mais do que uma história

O que acontecia então com o bode emissário e o que nos ensina esse ritual?

Leia Levítico 16:20-22 e preencha os espaços.

“Havendo, pois, acabado de expiar o santuário, e a tenda da congregação, e o altar, então, fará chegar o bode . E Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele todas as iniquidades dos lhos de Israel e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Assim, aquele bode levará sobre si todas as deles à terra solitária; e o homem enviará o bode ao deserto.”
Este era o ato culminante deste grande dia. Só depois de ter sido provida plena e completa expiação em favor do povo, e estando salvo e livre dos ardis do grande enganador, é que entra em cena o bode emissário Levítico 16:20. Este bode, que representa Satanás, não é morto, não derrama o seu sangue, não faz expiação de pecados. Foi Jesus Quem nos remiu, Quem nos purificou e cumpriu a pena que nos reabilita, mas, para completar o processo de expiação, não basta o inocente morrer injustamente. É necessário apontar o verdadeiro culpado, para que sofra as consequências e seja responsabilizado por ter concebido o mal e ter induzido o Homem à rebelião contra Deus. Era assim que, para Israel, no Dia da Expiação, o pecado voltava para o seu devido originador, o diabo, e, na figura do bode emissário, era simbolicamente revelado. Por meio dele, Deus dava ao Seu povo uma visão antecipada da maneira como vai destruir o pecado do Seu vasto Universo. De maneira figurada, o pai da mentira e do pecado João 8:44, Satanás, na figura deste bode emissário, era detido e julgado. Sobre ele cai todo o pecado e toda a culpa que, por ele fomentados, trouxeram dor, sofrimento e morte à vida dos que agora se acham libertos do pecado, exclusivamente pelo sangue expiatório de Cristo. Aquele que introduziu a iniquidade no governo de Deus recebe o isolamento merecido Levítico 16:22. Assim como o bode era enviado ao deserto para morrer, no fim da história deste mundo, tal como o conhecemos, Deus destinará Satanás ao "abismo", à completa e eterna destruição Apocalipse 20:1-3. Deste modo se há de completar o ciclo de pecado e terminará o drama do grande conflito entre o bem e o mal. Em Israel, no fim deste dia tão solene e de aflição, o povo podia alegrar-se em gratidão pela graça divina, e porque, simbolicamente, o verdadeiro culpado tinha sido encontrado.

A história na minha vida

Ainda que não nos seja agradável reconhecer a nossa indignidade, tal como não o era para o filho pródigo, este reconhecimento é preferível do que refletirmos o espírito de Satanás, numa postura de crítica e de intolerância, como manifestou na história o filho mais velho Lucas 15:25-32. Acerca de cada um de nós, Deus deseja dizer que somos aquele que estava “morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado” Lucas 15:32.

A história na minha vida

E hoje, onde nos espera Jesus, o ciando em nosso favor?

Leia 1 João 2:1-2; Hebreus 9:24 e preencha os espaços.

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o .”
“Porque Cristo não entrou num santuário feito por , figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a de Deus.”
O santuário terrestre era apenas uma cópia do verdadeiro santuário Hebreus 8:5. O santuário terrestre deixou de ser um lugar de ofício para o povo de Deus Mateus 27:51 mas, pelas Sagradas Escrituras, ainda nos ensina sobre a obra de salvação que Jesus está a realizar literalmente em nosso favor, no santuário celestial. A cada um daqueles que buscam Deus, Ele reconhece como filho ou filha, e por isso encontra-Se agora no santuário celestial, em permanente disponibilidade, para nos acolher, como o pai esperava ansioso o seu lho regressar ao lar.

A história na minha vida

Que convite nos estende o Senhor, para que possamos usufruir plenamente da Sua presença?

Leia Atos 3:19-21 e preencha os espaços.

“, pois, e , para que sejam os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado, o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o .”
O arrependimento é visto muitas vezes como algo doloroso e degradante; mas degradante e doloroso de facto é permanecer no pecado, não fora dele. O convite ao arrependimento é o convite de Cristo ao pecador para que não se mantenha nos seus erros e misérias. Não há volume de pecado que possa fazer Jesus desistir ou afastar-Se de nós, mas Cristo não pode salvar-nos, se permanecermos agarrados aos nossos pecados. Para isso, tem Ele poder e está totalmente empenhado João 1:29; 1 João 1:9.

Mais do que uma história

Que importante mensagem está a ser proclamada ao mundo, e que devemos compreender, aceitar e viver?

Leia Apocalipse 14:6-7 e preencha os espaços

“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é a hora do seu . E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
Todos passaremos pelo julgamento de Deus Eclesiastes 12:14; 2 Coríntios 5:10 e seremos julgados com justiça Atos 17:31. Ao fazermos de Jesus o nosso Salvador e Senhor João 1:12; Efésios 1:5, o nosso nome é inscrito no livro da vida, o livro do Cordeiro Apocalipse 3:5; Apocalipse 13:8; Apocalipse 21:27. No santuário, isso corresponderia aos sacrifícios diários, gura do sacrifício de Jesus e primeira fase do juízo divino, a qual requer a fé em Jesus Cristo como Salvador. Aqueles que não aceitam esta primeira fase, já estão julgados e condenados pelas suas escolhas João 3:17-19. Nos 10 dias que antecediam o Dia da Expiação, na Festa das Trombetas Levítico 23:23-25; Números 29:1-5, o povo era alertado pelo som das trombetas para se preparar para o dia do juízo (Dia da Expiação – Yom Kippur). Cada homem e mulher devia sondar o coração: A entrega da vida a Deus era verdadeira? O arrependimento do pecado era confirmado no modo de viver? Cada aspeto da vida estava em harmonia com a vontade do Salvador Colossenses 3:1-3, ou refletia os valores do mundo? Assim, como o povo fazia esta análise séria e procurava viver verdadeiramente a entrega a Deus, de- vemos nós fazer o mesmo. Esta é uma segunda fase do juízo, que podemos designar como juízo investigativo, pois nele são “investigados” os livros de registo da vida daqueles que aceitaram Jesus e o sangue do Cordeiro. O povo de Deus vive, nos dias de hoje 1 Pedro 4:17, este juízo de investigação, e que ocorre antes da volta de Jesus Daniel 7:9-10; Daniel 7:22; Daniel 7:26; Daniel 8:14; Apocalipse 14:6. É claro que Deus sabe quem são os Seus, mas o Universo não tem a omnisciência divina. Quando Jesus morreu na cruz, Ele comprou o direito de perdoar todos os homens, mas nem todos escolheram, desejaram ou se mantiveram nesse perdão. Assim, durante o juízo investigativo, antes da vinda de Jesus, o processo de Deus em per- doar os que buscaram o Seu perdão é justificado, provado, explicado e legitimado. Quando não restarem dúvidas diante de todo o Universo, Jesus virá buscar os Seus na Sua Segunda Vinda Hebreus 9:28.

A história na minha vida

Que posição decisiva temos de tomar antes de Jesus terminar a Sua obra de mediação no santuário celestial, e que nos implica de forma pessoal?

Leia Apocalipse 22:11 e preencha os espaços.

“Quem é faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é seja santificado ainda.”
Deus determinou um dia no qual julgará o mundo Atos 17:31; 2 Coríntios 5:10. Como nos apresentaremos diante de Deus? Apesar de o mundo inteiro poder usufruir da graça de Jesus, é importante que compreendamos que só os que se apresentavam no santuário podiam partir limpos e perdoados dos seus pecados. Retidos simbolicamente no santuário, esses pecados ali ficavam até ao Dia da Expiação, para finalmente serem eliminados. Se alguém não fosse ao santuário, ainda que podendo usufruir da graça, não era alcançado por ela, como resultado direto da sua escolha. Os que assim procederem, hoje ainda, sem tomarem posse da graça de Jesus, terão de sofrer a penalidade do pecado, que é a morte Romanos 6:23. Ao sair do santuário celestial, Jesus não mais será o nosso Advogado, mas Juiz João 5:22. Hoje, o Pai do Céu está disponível. Os Seus braços de amor estão estendidos, e, ainda que estejamos no “meio dos porcos” e da sujidade do pecado, basta um verdadeiro pensamento de arrependimento e um gesto de regresso ao Pai, para que a Sua graça nos alcance e nos restaure. Hoje, antes que seja tarde de mais, é a hora certa para entregarmos a nossa vida a Jesus, confiarmos na Sua graça e vivermos na certeza da salvação Hebreus 3:13-14.

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