Lição 10 - O Novo Testamento e a Arqueologia

O seu progresso nesta Lição:

(Imagem: Cavernas de Qumran)

Qumran

Embora não estejam diretamente relacionados com o período neotestamentário, os notáveis manuscritos descobertos nas grutas de Qumran, perto do Mar Morto, inscrevem-se naturalmente no quadro de um curso de arqueologia bíblica. Uma dissidência judaica – o essenismo – tinha-se instalado nesta região. Os seus membros davam muita importância às profecias de Isaías relativas à vinda do Messias. Um personagem, chamado o Mestre de Justiça, conhecido apenas através da literatura apocalíptica, ocupava um lugar importante no seu espírito. Parece que seguiram este Mestre de Justiça na rejeição da ordem estabelecida em Jerusalém.

No segundo século antes da nossa era, refugiaram-se no deserto da Judeia, perto do Mar Morto. Esperavam que o Messias se manifestasse primeiro nesse lugar, para aí viver num isolamento monástico.

Os textos que descrevem as suas crenças religiosas específicas são interessantes, mas foram, sobretudo as centenas de manuscritos, cópias de livros bíblicos que datam do século I e II a.C., que atraíram a atenção.

Encontram-se cópias completas, parciais ou fragmentárias de todos os livros do Antigo Testamento, com exceção do livro de Ester. Antes desta descoberta, os cientistas duvidavam seriamente da fiabilidade da transmissão dos textos bíblicos, já que estavam convencidos de que séculos de cópias sucessivas tinham alterado gravemente o texto. Os erros cometidos por uns copistas seriam repetidos por outros copistas, e pensava-se que, deste acumular de erros, o texto bíblico resultante sairia gravemente alterado quando comparado com os manuscritos originais.

É interessante assinalar que os manuscritos antigos encontrados em Qumran, e apenas alguns séculos mais recentes do que os originais, apresentam muito poucas diferenças em relação aos textos que utilizamos hoje. Isso demonstrou que o texto bíblico não sofreu praticamente nenhuma deformação. Podemos, portanto, ter confiança na sua integridade. O texto atual é um reflexo fiel do que os autores inspirados por Deus quiseram transmitir.

(Imagem: Banho judaico ritual nas ruínas do palácio de Herodes)

Os essénios e o cristianismo

Os essénios de Qumran praticavam um ritual de purificação muito interessante. Ao descer uma escada, entrava-se num tanque. Depois de ter sido mergulhado na água, o homem subia do outro lado purificado. Ninguém podia tocar no ‘lado puro’ da escada sem se ter purificado primeiro. Este ritual recorda o ritual do batismo. Será que havia uma relação entre este ritual e o batismo por imersão praticado por João Baptista? Muitos pensam que sim, e salientam que João batizava no Jordão, não longe de Qumran. Sabemos hoje que um ritual semelhante também era praticado no judaísmo oficial, embora mais raramente. Tanques de purificação semelhantes, datando do primeiro século da nossa era, foram encontrados em Jerusalém e noutros lugares da Judeia, especialmente em Massada.

Embora haja numerosos pontos comuns entre o essenismo e o cristianismo, não podemos, no entanto, ignorar certas diferenças importantes. O cristianismo nasceu no seio do judaísmo, tal como a seita dos essénios. Mas isso não basta para que os consideremos um só e mesmo grupo religioso.

Perto de que lugar junto ao Mar Morto, foram encontrados os manuscritos?

Selecione a resposta correta.

Os essénios de Qumran praticavam um ritual de purificação semelhante a qual no cristianismo?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Ilustração da cidade de Jerusalém no tempo de Jesus)

A Jerusalém de Herodes

No período compreendido entre o Antigo e o Novo Testamento, os edomitas deslocaram a sua zona de fixação situada no Sudeste da Palestina para o Oeste e para o Norte. No primeiro século a.C. constituíam uma potência importante na região e eram conhecidos pelo nome de idumeus. Quando, em 63 a.C., os romanos anexaram a Palestina e procuraram um regente para ocupar o trono em seu nome, optaram pela família idumeia de Herodes. Mais tarde, esse Herodes recebeu o nome de “Grande”. O seu temperamento irascível, a sua crueldade brutal por um lado e a sua ambição ilimitada, e a sua força de vontade por outro, valeram-lhe, ao mesmo tempo, a admiração e a desaprovação, tanto da parte dos seus contemporâneos como dos historiadores modernos.

A Palestina teve em Herodes um grande e voltou a ser uma das regiões mais prósperas do império romano. Um grande número das suas realizações arquitetónicas perdurou até aos nossos dias.

(Imagem: Parte do muro do Templo da antiga cidade de Jerusalém)

A construção do templo, um projeto ambicioso

O edifício mais célebre que Herodes mandou embelezar foi certamente o templo de Jerusalém. Embora Herodes não fosse verdadeiramente judeu, nem religioso, nem piedoso, percebeu que tinha todo o interesse em contentar os seus súbditos judeus. Empreendeu, portanto, um dos mais ambiciosos projetos de construção jamais vistos no império romano. Depois de restaurado, o templo era uma maravilha e uma verdadeira atração para os viajantes de todos os pontos do planeta. O historiador judeu Flávio Josefo, que viveu na segunda metade do primeiro século da nossa era, faz dele uma descrição muito pormenorizada, o que permitiu fazer uma maqueta relativamente precisa do templo.

Um dia, Jesus encontrava-se em Jerusalém, e os Seus discípulos chamaram a Sua atenção para o esplêndido edifício. Podemos ler as suas palavras no evangelho de Marcos 13:1 - “Mestre, olha, que pedras, e que edifícios!” A reação de Jesus deve ter chocado os Seus discípulos: “Veem estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.”

Hoje podemos fazer uma descrição pormenorizada deste edifício. Ao visitarmos o muro oeste, conhecido como ‘o muro das lamentações’, constatamos que a base é constituída por grandes pedras, com um a dois metros de comprimento e um metro de altura, cujos cantos foram cuidadosamente cinzelados. Estas pedras faziam parte da grande esplanada do templo construída durante o reinado de Herodes. Jesus falava destas pedras.

Essas grandes pedras foram descobertas há mais de um século. Escavações israelitas mais recentes, efetuadas a sul da esplanada do templo, conduziram a um certo número de descobertas que quase fizeram esquecer estas pedras gigantescas. Sob vários metros de escombros, os arqueólogos puseram a descoberto uma rua situada junto à esplanada do templo, que conduzia ao ângulo sudoeste (1).

Era também nesse lugar que terminavam outras ruas. Todos esses caminhos conduziam a uma escadaria monumental que dava acesso à parte sul do templo. Uma das escadarias, com a largura de 64 metros, conduzia a várias portas situadas no muro que circundava a esplanada. Por sua vez, essas portas davam acesso a escadas cobertas, situadas no interior dos muros, e que conduziam à parte superior da esplanada e ao templo propriamente dito.

Uma outra escada, que passava por cima de alguns arcos, conduzia a uma porta talhada no alto do muro que rodeava a esplanada do templo, a qual dava acesso à célebre sala real das colunas, que foi, provavelmente, a parte mais decorada do edifício. Situava-se ao longo da extremidade Sul da esplanada e conduzia, a Este, ao pináculo do templo. Foi aí que, segundo os evangelhos, o diabo propôs a Jesus que Se lançasse no vazio. Entre os escombros, junto ao muro, foram encontradas pedras deste edifício cuidadosamente talhadas e ornamentadas.

O ângulo Sudoeste, em que convergiam todos os caminhos que davam acesso ao templo propriamente dito, era o lugar mais animado de todo o complexo. Não é difícil imaginar Jesus e os Seus discípulos neste lugar, impressionados pelas dimensões colossais das pedras, talhadas numa pedreira e levadas em seguida, para serem colocadas no lugar certo. Não é, portanto, de estranhar que tenham dado origem ao diálogo que lemos em Marcos 13:1-37. Jesus tirou partido do espanto dos apóstolos, para introduzir um ensino sobre as coisas futuras.

A profecia de Jesus cumpriu-se no ano 70 da nossa era, quando Jerusalém caiu em consequência do cerco feito sob a direção do general romano Tito. A cidade foi completamente destruída. Para desimpedir a esplanada do templo, os arqueólogos tiveram que retirar toneladas de destroços. Enormes blocos, provenientes da sala das colunas, obstruíam a rua. Os escombros cobriam inteiramente os vestígios do edifício restaurado por Herodes, cumprindo assim, de modo espetacular, a profecia de Jesus. Não ficou pedra sobre pedra. O templo propriamente dito, restaurado por Herodes e onde Jesus e os Seus discípulos vinham orar, não foi encontrado. Depois da sua destruição pelos romanos no ano 70, os escombros ficaram ali até à conquista da região pelos muçulmanos, no século VII da nossa era. Então, toda a região foi nivelada, para ali ser construída a Mesquita da Rocha, monumento que comemora a visão que transportou Maomé ao céu.

Assinale a resposta certa:

Selecione a resposta correta.

De que parte do templo de Herodes, faz parte ‘o muro das lamentações’?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Monumento de pedra com menção de Pôncio Pilatos, em Cesareia)

Uma fortaleza e palácios

Os empreendimentos arquitetónicos de Herodes em Jerusalém não se limitaram ao templo. Construiu, igualmente, a Norte do templo, a fortaleza Antónia, para aí alojar as suas guarnições. A fortaleza recebeu o nome do seu amigo e protetor Marco António. Ela foi construída com a finalidade de tentar manter a ordem entre uma população judaica muito impulsiva que vinha adorar ao templo. As lajes do chão do pátio interior eram raiadas, para que os cavalos atrelados aos carros não escorregassem. Havia uma escadaria que levava da fortaleza ao templo, permitindo aos soldados chegarem rapidamente ao local em caso de insurreição. Foi por esta escadaria que Paulo conseguiu fugir, quando os judeus o acusaram de ter introduzido pagãos no templo Atos 21:1-40. Este relato é descrito numa inscrição que, inicialmente, estava fixada numa das portas do templo e que fazia o seguinte aviso: “Nenhum estrangeiro pode ultrapassar a barreira que rodeia o templo. Quem for apanhado a fazê-lo será responsável pela morte que lhe será infligida.” As acusações feitas contra Paulo eram, portanto, muito graves.

Herodes também mandou construir para si mesmo um majestoso palácio, na parte ocidental da cidade. Esse palácio ficou célebre por causa das três torres que receberam, cada uma, o nome de uma das suas muitas mulheres e de dois dos seus filhos. O palácio estava ligado ao templo por um caminho elevado, largo o bastante para nele passar um carro puxado por cavalos. Herodes podia, assim, chegar rapidamente ao templo, quando havia revoltas, evitando as estreitas ruelas animadas da cidade situada em baixo. Também foram construídas muralhas, munidas de torres e de portas, das quais algumas foram maravilhosamente ornamentadas.

Na lista dos feitos arquitetónicos de Herodes figuravam ainda, certamente, outras realizações. Transformou Jerusalém, uma pequena cidade provinciana, situada nas colinas dificilmente acessíveis da Palestina, numa das cidades mais imponentes do império romano. De um lugar desolado e antiquado, fez um centro cosmopolita importante. Foi nesta cidade que Jesus andou com os Seus discípulos.

Herodes morreu pouco depois do nascimento de Jesus. As suas construções foram praticamente todas terminadas durante a vida de Jesus. A cidade tornou-se um centro cultural, económico e religioso importante.

Que nome deu Herodes à fortaleza onde ficavam as suas guarnições?

Selecione a resposta correta.

Que edifícios estavam ligados ao Templo por escadas e uma elevação?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Aquaduto de Cesereia, Israel)

Outras construções de Herodes

O projeto mais prestigioso que Herodes empreendeu foi a construção de um novo porto marítimo perto de Cesareia (assim chamada em homenagem a Júlio César). Foi uma das maiores cidades construídas até então, sob o reinado de um só rei. Havia muito tempo que este lugar era conhecido pelo seu imponente teatro, que proporcionava uma vista para o mar e pelo seu notável aqueduto. Mas só quando se realizaram as escavações mais recentes é que se começou a trazer à luz do dia a vasta cidade herodiana. A cidade tinha sido construída ao redor do porto. Mergulhadores arqueólogos provaram que se tratava do porto mais importante do império romano nessa época. A entrada era guardada por enormes estátuas e nele podiam atracar mais de cem navios. Tendo em conta o facto de que a costa da Palestina, a sul de Haifa, não tem portos naturais, a construção do porto artificial de Cesareia foi uma verdadeira proeza.

Uma longa fila de armazéns, protegidos por cúpulas, ladeava o porto. Um deles albergava um lugar sagrado e secreto dedicado à deusa Mitra. O culto de Mitra, divindade de origem persa, era muito popular entre os soldados romanos. Os rituais persas foram adotados pelos romanos e espalharam-se pelo mundo inteiro. O Mitreum encontrado em Cesareia é o único descoberto na Palestina.

Canalizações subterrâneas tiravam partido das marés do Mediterrâneo para evacuar os detritos. Uma rua larga, ladeada por colunas, atravessava a cidade. Calculou-se que esta rua, por si só, continha milhares de colunas. Junto à cidade, encontrava-se o hipódromo, onde se desenrolavam as corridas de carros e de cavalos, como na maioria das cidades romanas.

Pouco depois da morte de Herodes, Cesareia tornou-se a sede do governo da Siro-Palestina. Depois de ser preso, Paulo foi conduzido a Cesareia, para um interrogatório feito pelo governador Festo. Foi, também, desta cidade que ele partiu para Roma.

Qual o projeto mais prestigioso de Herodes?

Selecione a resposta correta.

O que era o Mitreum?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Ruínas do Palácio Norte da antiga fortaleza de Masada perto do Mar Morto)

O drama de Massada

Muitas das construções edificadas em Jerusalém eram de utilidade pública. Mas o monarca também mandou construir edifícios para seu prazer pessoal. Foi para isso que mandou edificar quatro palácios em lugares diferentes. O mais célebre é, provavelmente, o que foi construído sobre o rochedo inexpugnável de Massada. Arqueólogos israelitas fizeram aí escavações intensas. Este lugar é visitado diariamente por centenas de turistas. Por causa da sua ambição e da sua amizade com Marco António, Herodes teve de enfrentar a inveja de Cleópatra, a célebre rainha do Egipto que conseguiu influenciar vários imperadores romanos.

Herodes mandou construir Massada sobre um promontório rochoso de 300 m de altura, perto do mar Morto. Pensava servir-se desse lugar como refúgio contra um eventual ataque mandatado por Cleópatra. O palácio foi decorado num estilo que lembrava o de Pompeia. As termas eram abastecidas de água quente e fria proveniente de enormes tanques talhados na rocha e que podiam recolher a água das raras chuvas de Inverno. Herodes nunca utilizou este palácio como refúgio.

Mas foi o refúgio dos combatentes nacionalistas judeus, depois da queda de Jerusalém, no ano 70 da nossa era. O seu suicídio coletivo, no ano 73, pouco antes de o exército romano destruir as muralhas, foi relatado por Flávio Josefo e é confirmado pela arqueologia. Ficamos impressionados, tanto perante a coragem e a tenacidade dos sitiados como com a crueldade com que os romanos sufocaram a revolta.

(Imagem: Ruínas do Heródio, Israel)

O Heródio

No cimo de uma colina chamada Heródio, Herodes mandou construir um palácio com termas, quartos de visitas, uma sala de receções, um grande pátio interior e muitas outras divisões mais modestas. Foi aí que ele quis ser enterrado.

A colina, elevada artificialmente, é visível de Jerusalém, quando se olha para Sul. O palácio foi construído de maneira a ficar rodeado de colinas que serviam literalmente de muralhas.

Herodes mandou construir Massada num rochedo. Qual o motivo?

Selecione a resposta correta.

O palácio de Herodes construído entre colinas chamava-se:

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Parte do muro da fortaleza de Jericó)

Jericó e Maqueronte

Os invernos em Jerusalém podem ser frios. Mas em Jericó, situada no vale do Jordão, a temperatura é quase tropical, devido à sua situação próxima do nível do mar. Foi aí que Herodes mandou construir o seu palácio de Inverno, incluindo um grande complexo balnear, que utilizava a água de um oásis próximo. Uma equipa americana revelou o palácio e descobriu grandes piscinas. Josefo escreve que Herodes sofria de diversas doenças crónicas. Era frequentemente obrigado a sair de Jerusalém e ir a Jericó, onde podia aliviar as suas dores com banhos terapêuticos. Consta que morreu em grande sofrimento.

Um outro palácio, chamado Maqueronte, foi construído nas montanhas a Leste do Mar Morto. Este lugar apresenta muitas semelhanças com o Heródio. Foi neste lugar que João Baptista foi decapitado, a pedido de Salomé, enteada de Herodes.

Foi, em grande parte, graças às realizações de Herodes o Grande que a paisagem arquitetónica da Judeia evoluiu e melhorou. Jerusalém e Cesareia eram os dois centros importantes. No entanto, no tempo de Jesus, o país já não era governado por um rei local, mas diretamente por Roma. Herodes foi o último grande monarca. Os seus filhos governaram, cada um, um território próprio, mas nunca o seu poder igualou o do seu pai.

(Imagem: Mar da Galileia)

A Galileia

A Galileia foi um centro judaico importante no tempo de Jesus, mas não tirou partido das atividades de construção durante o reinado de Herodes. Separada da Judeia pela Samaria, era mais pobre e menos desenvolvida.

Nazaré, o local onde Jesus passou a Sua infância, era uma aldeia pobre. Muito poucas coisas datadas da época romana resistiram ao tempo. Os eventuais vestígios da época ficaram inacessíveis, devido à construção de novos edifícios. Sabemos, por isso, muito pouco sobre a aldeia onde Jesus passou a Sua juventude.

A cidade romana mais importante da Galileia era Tiberíades. Estava situada na margem ocidental do lago da Galileia. Escavações revelaram que, com efeito, a cidade era um centro importante, que incluía um certo número de grandes edifícios e uma porta monumental.

Uma grande parte do ministério de Jesus desenrolou-se na margem norte do lago da Galileia, perto de Cafarnaum. Como o próprio nome indica (Kafar = aldeia), Cafarnaum não era mais do que uma aldeia. As casas eram construídas com pedras de basalto escuro. Uma vez que só os ricos podiam dar-se ao luxo de pintar essas pedras de branco, a aldeia devia ter um aspeto bastante sombrio. A impressão de pobreza sugerida pelos evangelhos é confirmada pela arqueologia. Conseguimos imaginar facilmente que os habitantes estivessem abertos à mensagem de esperança de Jesus e que numerosos doentes esperassem a cura.

O lago da Galileia está rodeado de montanhas por todos os lados. O lago de águas límpidas refletia o céu azul e alegrava os visitantes. Mas, por causa das colinas que o rodeavam, as tempestades invernais podiam abater-se sobre ele com uma rapidez e uma força inesperadas. Os relatos bíblicos que contam as experiências de Jesus e dos Seus discípulos neste lago, surpreendidos pela tempestade, tornam-se muito mais realistas e tangíveis. Hoje, graças às tecnologias modernas em matéria de meteorologia, os pescadores podem trabalhar em condições mais seguras.

Devido à sua doença, Herodes ia frequentemente ao palácio em Jericó. Que continha este de tão importante?

Selecione a resposta correta.

O que aconteceu no palácio, chamado Maqueronte, que é importante na Bíblia?

Selecione a resposta correta.

A crucificação

Na segunda lição, falámos do costume cruel dos Assírios que empalavam os seus prisioneiros de guerra. A crucificação, o facto de atar ou pregar uma vítima a um poste, pode muito bem ter-se desenvolvido a partir dessa prática.

Os romanos aplicavam este suplício extremamente cruel principalmente aos rebeldes e aos escravos. Milhares de escravos que trabalhavam na Via Appia, em Itália, foram crucificados quando se revoltaram contra os seus capatazes. Na época de Jesus, a crucificação era um suplício capital frequentemente aplicado.

Em Jerusalém, as escavações permitiram encontrar o esqueleto de um homem crucificado. Podem ver-se os restos de um grande prego que atravessava os seus pés. Um exame minucioso do esqueleto demonstrou a crueldade da crucificação praticada pelos romanos. Em vez de utilizar dois pregos (um para cada pé) utilizavam apenas um, ao contrário do que se pode ver na maior parte das obras de arte. Depois de deitar a vítima sobre a cruz, os dois pés eram juntos na sua posição normal. Em seguida, eram inclinados a 90º e espetavam um prego que passava pelos dois tornozelos, o que era particularmente doloroso.

Seria menos cruel se pregassem os pulsos e deixassem os pés livres. O peso de uma vítima pregada apenas pelos pulsos, com os braços estendidos, teria tornado muito difícil a respiração. A cabeça pendida para a frente teria acelerado a asfixia da vítima no espaço de alguns minutos. Ao pregarem também os pés, garantia-se uma agonia muito dolorosa, que se prolongava, por vezes, durante horas. Os pregos que atravessavam os pés não só causavam uma dor intensa, mas prolongavam também o sofrimento. No entanto, por vezes a crueldade romana tinha limites.

Se, passadas algumas horas, a vítima não tivesse ainda morrido, partiam-lhe as pernas. Uma vez perdido esse apoio, o condenado morria rapidamente por asfixia. Foi o que aconteceu aos dois ladrões crucificados de cada lado de Jesus João 19:32.

Mas, no caso de Jesus, os sofrimentos experimentados antes e durante a Sua crucificação contribuíram para uma morte mais rápida João 19:33.

(Imagem: Jardim do Túmulo onde se acredita que Jesus foi sepultado)

Uma pedra a tapar o túmulo

Segundo os evangelhos, Jesus foi sepultado no túmulo familiar de José de Arimateia. Esse túmulo foi fechado com a ajuda de uma grande pedra redonda. Na Palestina, foram encontrados muitos túmulos deste tipo, datados do tempo dos romanos. Pertencendo a famílias ricas, eles eram talhados na rocha. Depois de terem rolado a pedra, para o que era necessária a força de várias pessoas, o corpo era introduzido num túmulo retangular. As paredes tinham várias cavidades profundas, os ‘loculi’, onde os corpos eram colocados. Um túmulo podia conter entre nove e dezoito destes ‘loculi’. Os sepulcros das famílias ricas podiam ser compostos por vários túmulos, com vários ‘loculi’ cada um e formando uma espécie de catacumba. Foi provavelmente numa sepultura desse tipo que Jesus foi depositado. Se imaginarmos o peso das pedras que fechavam os túmulos, podemos compreender o espanto dos guardas quando constataram que a pedra tinha sido rolada e que o corpo tinha desaparecido. Uma vez que essa ação necessitava da intervenção de várias pessoas, os guardas teriam, necessariamente, de acordar. Esse pormenor confirma indiretamente o aspeto sobrenatural da ‘evasão’ de Jesus.

Ao longo dos séculos, a localização do túmulo de Cristo foi objeto de infindáveis discussões. Desde o século IV e da época da rainha Helena, mãe do imperador Constantino, a maioria dos cristãos achava que o túmulo de Jesus estava situado perto da Igreja do Santo Sepulcro, construída pelos Cruzados no interior da cidade velha de Jerusalém. No século XIX, os estudiosos deram-se conta de que a Bíblia dizia que o lugar do suplício, o monte Gólgota, era fora da cidade. A Igreja do Santo Sepulcro deixou, portanto, de ser considerada como o lugar onde Jesus tinha sido sepultado.

Numa das suas visitas a Jerusalém, o general Gordon, o herói britânico de Cartoum, notou que um rochedo, no exterior, muito próximo das muralhas, tinha a forma de uma caveira. Sabendo que o nome ‘Gólgota’ significa ‘caveira’,

deduziu que aquela colina era o famoso monte Gólgota e que um dos túmulos descobertos nas proximidades devia ser o de Jesus. O túmulo mais notável recebeu o nome de ‘túmulo do jardim’. Crentes protestantes prepararam ali um jardim, para facilitar a meditação dos peregrinos.

O ‘túmulo do jardim’ é o lugar por excelência para meditar na vida e na morte de Cristo. Mas indícios claros levam à conclusão de que o túmulo é nitidamente mais recente do que a época de Jesus. Por seu lado, o rochedo só recebeu a sua forma de caveira no século XVI da nossa era, quando os turcos talharam pedras nesta região. Podemos, portanto, afirmar com segurança que este não é o túmulo de Cristo.

Pesquisas arqueológicas feitas na Cidade Velha e nas proximidades da Igreja do Santo Sepulcro demonstraram que, na época de Jesus, este lugar estava fora das muralhas de Jerusalém. Os muros atuais que rodeiam a Igreja foram construídos séculos mais tarde. A maioria dos especialistas está hoje convencida de que o lugar do Santo Sepulcro é realmente o lugar onde estava situado o túmulo de Cristo, ou, pelo menos, nas proximidades.

Hoje, temos praticamente a certeza de que o traçado da Via Dolorosa, estabelecido pelos Cruzados como sendo o trajeto seguido por Jesus desde Pilatos até ao Gólgota, carregando a cruz, não é o correto. Pilatos não residia na fortaleza Antónia, onde começa a Via Dolorosa, mas num dos outros palácios de Herodes.

A quem era geralmente reservado o suplício da crucifixão?

Selecione a resposta correta.

Que prova se encontrou da prática da crucifixão?

Selecione a resposta correta.

Hoje, qual se pensa ser o lugar mais provável do túmulo de Cristo?

Selecione a resposta correta.

Conclusão

Estas dez lições ajudaram-vos a descobrir alguns dos lugares e dos elementos mais importantes da arqueologia bíblica. Vimos como as descobertas nos forneceram informações sobre o modo como Cristo foi morto. Gostaríamos de ter dados arqueológicos que esclarecessem a Sua ressurreição, mas como era de esperar, não é esse o caso. Alguns pesquisadores chamam a atenção para o Santo Sudário conservado na catedral de Turim, como a eventual testemunha de um poder misterioso que teria imprimido aquela imagem notável num pano de linho. Atualmente, seria delicado afirmar que se trata realmente do lençol em que Jesus teria sido envolvido no momento da Sua morte e que, na Sua ressurreição, a Sua

imagem aí tivesse ficado impressa, como uma fotografia.

A ausência de indícios arqueológicos relativos à ressurreição não deve perturbar-nos. Na primeira lição, chamámos a atenção para os limites da arqueologia bíblica. A fé não deve repousar sobre as descobertas mais ou menos fortuitas efetuadas em terras bíblicas. Não se fundamenta sobre coisas mas sobre uma pessoa. A arqueologia bíblica mostra que muitos pormenores fornecidos pela Bíblia são fiáveis. Certos elementos, considerados no passado como imprecisos, foram esclarecidos graças aos trabalhos dos arqueólogos e de outros especialistas. Tudo isso só pode enriquecer e fortalecer a nossa fé. Mas o centro da fé continua a ser esse Deus que quer dar-Se a conhecer a cada um de nós.

O objetivo deste curso é motivar o desejo profundo de abrirem as Santas Escrituras para descobrirem o que elas nos revelam acerca do Deus Criador e do Seu Filho Jesus Cristo, o Senhor crucificado e ressuscitado.

Concluiu o estudo desta Lição. Parabéns!

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